terça-feira, 19 de agosto de 2014

A FITA MÉTRICA DO AMOR

“Como se mede uma pessoa?
Os tamanhos variam conforme o grau de envolvimento.
Ela é enorme pra você quando fala do que leu e viveu, quando trata
você com carinho e respeito, quando olha nos olhos e sorri destravado.
É pequena pra você quando só pensa em si mesmo, quando se comporta
de uma maneira pouco gentil, quando fracassa justamente no momento
em que teria que demonstrar o que há de mais importante entre duas
pessoas: a amizade.

Uma pessoa é gigante pra você quando se interessa pela sua vida,
quando busca alternativas para o seu crescimento, quando sonha junto.
É pequena quando desvia do assunto.

Uma pessoa é grande quando perdoa, quando compreende, quando se
coloca no lugar do outro, quando age não de acordo com o que esperam
dela, mas de acordo com o que espera de si mesma.
Uma pessoa é pequena quando se deixa reger por comportamentos clichês.

Uma mesma pessoa pode aparentar grandeza ou miudeza dentro de um
relacionamento, pode crescer ou decrescer num espaço de poucas semanas:
será ela que mudou ou será que o amor é traiçoeiro nas suas medições?
Uma decepção pode diminuir o tamanho de um amor que parecia ser grande.
Uma ausência pode aumentar o tamanho de um amor que parecia ser ínfimo.

É difícil conviver com esta elasticidade: as pessoas se agigantam e se
encolhem aos nossos olhos.
Nosso julgamento é feito não através de centímetros e metros, mas de
ações e reações, de expectativas e frustrações.
Uma pessoa é única ao estender a mão, e ao recolhê-la inesperadamente,
se torna mais uma.
O egoísmo unifica os insignificantes.

Não é a altura, nem o peso, nem os músculos que tornam uma pessoa grande.
É a sua sensibilidade sem tamanho.

(Martha Medeiros)

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