domingo, 29 de setembro de 2013

AMOR E INTIMIDADE

Toda a gente tem medo da intimidade — ter ou não ter consciência
desse medo é outra história.
A intimidade significa expor-se perante um estranho — e todos nós
somos estranhos; ninguém conhece ninguém. Somos mesmo estranhos
a nós próprios, porque não sabemos quem somos. 
A intimidade aproxima-o de um estranho. Tem de deixar cair todas as
suas defesas; só assim a intimidade é possível.
E o seu medo é que se deixar cair todas as suas defesas, todas as suas
máscaras, quem sabe o que o estranho lhe poderá fazer.
Todos nós andamos a esconder mil e uma coisas, não só dos outros mas
de nós próprios, porque fomos criados por uma humanidade doente com
toda a espécie de repressões, inibições e tabus.
E o medo é que, com alguém que seja um estranho — e não importa se se
viveu com a pessoa durante trinta ou quarenta anos; a estranheza nunca
desaparece —, parece mais seguro manter uma ligeira defesa, uma pequena
distância, porque alguém se poderá aproveitar das suas fraquezas, da sua
fragilidade, da sua vulnerabilidade. 
Toda a gente tem medo da intimidade.
O problema torna-se mais complicado porque toda a gente quer intimidade.
Toda a gente quer intimidade porque, de outro modo, está sozinho neste
Universo — sem um amigo, sem um amante, sem ninguém em quem confiar,
sem ninguém a quem abrir todas as suas feridas.
E as feridas não saram se não forem abertas. 

(Osho, in 'Intimidade')

Nenhum comentário:

Postar um comentário