SAUDADE, MÃE

Ainda a sinto aqui…
Este mês marca o tempo de três meses que você partiu.
Fez sua viagem de retorno ao andar de cima. Que Deus
a abençoe, cada vez mais, com muita luz; mais luz.
Para mim, por excelência do coração, do amor, ficou a
tarefa de compreender, aceitar e seguir em frente neste
novo momento da minha vida.
Aos poucos, devagarinho, fortaleço-me na fé de que a
vida continua nos dois mundos (material e espiritual).
Sigo...
Fecho os olhos, porque a maioria das coisas importantes
só as consigo ver desta maneira; olhos repousando e
coração pulsando vigilante.
E, é assim que me vejo...
Meus olhos umedecem-se de tanta saudade!
Hoje, em especial, por ser dezembro, fim de ano, festas,
alegria... sinto-me perdida nos sentimentos; e, sim,
dividida no chorar e sorrir.
Falta-me você. Seus braços, nos abraços afetuosos;
nossas conversas, companheiras de nossas horas; seu
cheiro perfumado da sua presença marcante e tantas
coisinhas mais...
Até as discussões calorosas, com opiniões de pensamentos
divergentes, que acabavam num entendimento maior para
ambas as partes.
A casa está muito vazia e silenciosa!
Saudade!
Sinto a sua falta em todos os lugares onde pouso o meu olhar.
Por isso choro. Hoje choro; e, guardo meus olhos fechados.
É tudo tão estranho...
Sinto você, tanto; e, estou só!
Mãe, estou cheia de tanto carinho seu, por isso, é ele que
me consola!
Amanhã estarei melhor. E depois melhor ainda...

Vera Z Albuquerque