domingo, 23 de fevereiro de 2014

SENTIR FALTA E SENTIR SAUDADE

Sentir falta, apesar do que muitos pensam ou dizem, não é igual
a sentir saudade.
Sentir saudade é grandioso; é dor enorme que habita dentro de
nós por tempo infinito. Saudade doí. Mas as vezes é bom sentir
saudade, só a saudade mostra a verdadeira importância que uma
pessoa, coisas, fatos, situações, vivências têm em nossas vidas...

Sentir falta não; é muito diferente.
Sentir falta é dor que diz respeito a um ponto apenas, dor fina
como um beliscão numa hora específica; falta do carinho antes
de dormir; da implicância com o jeito de andar do outro...
Sentir falta é mais egoísta, quase que material; falta do café da
manhã, da desordem descomprometida no fim de semana, do
chinelo macio jogado na beira da cama.
Falta é daquilo que deveria estar ali, e não está; a falta está
na rotina; nas pequenas coisas concretas do dia a dia. Falta é
curta. Não nos impede de trabalhar, de viver, até de se divertir.
Mas avisa que está lá.
Sentir falta é pequeno, mas não menos doloroso.
Ah, dói... e como. Talvez até mais que a dor da saudade.

A dor da saudade é grande.
Para muitos a saudade não os deixa respirar direito, pois faz
faltar o ar; derruba de tal forma que julgam eles ter acabado
todas suas forças ali, naquele instante, não restando mais
nenhuma vontade de prosseguir. Será isso saudade?
Ela não é sempre de uma coisa específica mas sim de várias
e diferentes coisas. Saudade de si mesmo, das expectativas de
novas oportunidades, de coisas efêmeras, que por passarem
tão depressa, nos faz pensar que talvez nem tenha acontecido
de fato. Por isso, saudade pode ser inventada, é contínua...
Ah, sentir saudade...
Saudade significa a memória de algo que aconteceu e que
dificilmente voltará a acontecer da forma como foi na
oportunidade.
Saudade é uma espécie de lembrança nostálgica, lembrança
carinhosa de um bem especial que está ausente, acompanhado
de um desejo de revê-lo.
Sentir saudade é, portanto, um sentimento agradável que não
comporta sofrimento em quem a sente. Saudade é, assim, uma
forma de se captar o tempo e reproduzir em nossa consciência
as sensações, imagens e cenas da vida que nos propiciaram
prazer e cujas lembranças nos fazem viajar para além do nosso
momento cotidiano real.

A saudade e a falta andam sempre perto uma da outra; ou
juntas... Talvez uma se cure antes da outra, talvez nenhuma
das duas tenha cura.
O fato é que ambas acontecem apenas quando o objeto da
saudade ou da falta, parece estar ali, na beirada da nossa vida.
Ambas nos fazem usar de toda a nossa força, o máximo que
conseguirmos, para alcançar aquilo que já não está mais ali,
que é sombra; e é por isso que dói.
Não podemos ver nem tocar, mas sabemos que é importante. 
E nada torna mais presente o que está ausente do que sentir
saudade ou falta de alguém ou alguma coisa.
É a prova incontestável de tudo que vivemos e ficou impresso
em nossa alma; em nosso “ser”.

Principalmente, sentir saudade é sinal de que se está vivo!

Vera Z Albuquerque

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