sexta-feira, 5 de setembro de 2014

SABEDORIA PRÁTICA INEXISTENTE

"A maioria dos luxos e muitos dos chamados confortos
da vida não só são dispensáveis como constituem até
obstáculos à elevação da humanidade.
No que diz respeito a luxos e confortos, os mais sábios
sempre viveram de modo mais simples e despojado que
os pobres.
Os antigos filósofos chineses, indianos, persas e gregos
eram uma classe que se notabilizava pela extrema pobreza
de bens exteriores, em contraste com a sua riqueza interior.
Embora não saibamos muito a seu respeito, é de admirar
que saibamos tanto quanto sabemos.
O mesmo acontece com reformadores e benfeitores mais
recentes, da nacionalidade deles.
Ninguém pode ser um observador imparcial e sábio da raça
humana, a não ser da posição vantajosa a que chamaríamos
pobreza voluntária.
O fruto de uma vida de luxo é também luxo, seja em
agricultura, comércio, literatura ou arte.
Hoje em dia há professores de filosofia, mas não há filósofos.
Contudo é admirável ensinar filosofia porque um dia foi
admirável vivê-la.
Ser um filósofo não é apenas ter pensamentos sutis, nem
sequer fundar uma escola, mas amar a sabedoria a ponto de
viver, segundo os seus ditames, uma vida de simplicidade,
independência, magnanimidade e confiança.
É solucionar alguns problemas da vida não só na teoria mas
também na prática."

(Henry David Thoreau, in 'Walden')

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