sexta-feira, 30 de maio de 2014

A FELICIDADE NÃO INCLUI O ÊXTASE

“A sensação de sermos unos com a natureza animal, vegetal e mineral,
e a satisfação de mergulhar nessa sensação, não é de todo degradante.
É tão bom sentir pulsar dentro de nós toda a vida, e simultaneamente
buscar aquela existência superior cuja realização só nos é possível
sonhar ou pressentir! 
Não permitis que considerem fantasmas os dois grandes polos do
homem, a verdade e a felicidade; quando sonhamos sonhos de
felicidade, é certo já a termos conquistado. 
A satisfação de uma paixão absolutamente pessoal é embriaguez
ou prazer: não é felicidade. 
A felicidade é algo duradouro e indestrutível; caso contrário, não
seria felicidade.
Aqueles que gostariam de perpetuar a embriaguez e de incluir nela
a felicidade, andam atrás do impossível.
O êxtase é um estado excepcional cuja permanência nos mataria,
e a natureza inteira depressa se eclipsaria sob a influência desse
estado delirante.” 

(George Sand, in 'Diário Íntimo')

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