"O destino que nos oprime é a inércia do nosso espírito.
Através do alargamento e formação da nossa atividade
transmutamo-nos, nós próprios, em Destino.
Tudo parece fluir para nós vindo do exterior, porque nós
não fluímos para o exterior. Somos negativos, apenas,
porque o queremos - quanto mais positivos nos tornarmos,
mais negativo será o mundo à nossa volta - até que, por fim,
já não haverá negação e nós seremos tudo em tudo.
Deus quer deuses.
Se o nosso corpo, em si mesmo, não é senão um centro de
ação comum dos nossos sentidos - se nós possuímos o domínio
dos nossos sentidos - se os podemos fazer agir à vontade - se
os podemos centrar em comunidade, então não depende senão
de nós o darmos a nós próprios o corpo que queremos.
Sim, se os nossos sentidos não são senão modificações do órgão
pensante - do elemento absoluto - então poderemos, também,
pela dominação deste elemento, modificar e dirigir, como nos
agradar, os nossos sentidos."
(Friedrich von Novalis, in 'Fragmentos')
[Poeta, Alemanha, 2 Mai 1772 // 25 Mar 1801]
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