segunda-feira, 30 de março de 2015

A VERDADEIRA CONVERSA

“O sinal de uma verdadeira conversa está em que os ditos espirituosos
dificilmente podem ser transportados com todo o seu brilho para fora
do círculo dos íntimos.
Para conservarem toda a sua força, devem aparecer numa biografia
juntamente com o retrato de quem os profere.
Uma boa conversa é teatral; é como uma representação improvisada
onde cada um se deve apresentar na sua melhor forma; e o melhor
gênero de conversa é aquele onde cada participante se mostra mais
completa e sinceramente ele mesmo e onde, se invertêssemos as
réplicas, se perderia totalmente o sentido e a clareza. 
(...) A maior parte de nós, proteiforme que é o ser humano, pode falar
com toda a gente até certo ponto; mas a verdadeira conversa, a que
anima a melhor parte de nós mesmos, tantas vezes apagada, acontece
apenas com as nossas almas gêmeas; encontra-se tão profundamente
ancorada quanto o amor na constituição do nosso ser, e devemos
saboreá-la com toda a energia de que dispusermos e estar-lhes gratos
para todo o sempre.”

(Robert Louis Stevenson, in 'Conversa e Conversadores')
[Escritor, Escócia, 13 Nov 1850 // 3 Dez 1894]

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